Quarta, 20 de Agosto de 2025
No dia 19 de agosto, é celebrado o Dia do Orgulho Lésbico. Além de ser um dia para reafirmar quem se é, a data marca também a luta por direitos e para o fim de qualquer preconceito e ódio contra mulheres lésbicas. Ativistas ouvidas pela Agência Brasil exaltam aquelas que vieram antes e destacam que a data é momento de reafirmar a importância de se organizar coletivamente.
“Se o caminho está um pouquinho mais pavimentado é porque teve muita gente antes. E a gente continua fazendo esse caminho”, diz a idealizadora da livraria Pulsa, a primeira livraria dedicada exclusivamente à temática e a autorias LGBTQIAPN+, Caroline Fernandes.
O Dia do Orgulho Lésbico relembra o Levante do Ferro’s Bar, em 19 de agosto de 1983, conhecido como o 'Stonewall brasileiro', em referência à Revolta de Stonewall. Em 28 de junho de 1969, LGBTQIA+ de Nova York que frequentavam o bar Stonewall Inn iniciaram uma série de protestos para denunciar a perseguição policial.
No levante em São Paulo, as lésbicas organizadas no Grupo de Ação Lésbica Feminista distribuíam o jornal Chanacomchana no bar, até que foram impedidas de entregarem a publicação. Lideradas por Rosely Roth, as lésbicas, com o apoio de organizações de direitos humanos e do movimento negro e feminista, invadiram o Ferro’s Bar para denunciar a censura, a perseguição e a violência policial contra lésbicas.
Segundo Fernandes, o levante, que foi uma ação coletiva, mostra a força da atuação conjunta. “Todas essas datas importantes do movimento lésbico estão muito ligadas à rede. A essas mulheres estarem em comunidade. Acho que isso é importante ainda hoje também para direcionar a gente para esse lugar da rede, do estar juntas, para fazer uma revolução, desde a menor que seja até algo tão grande quanto foi a revolta do Ferro’s Bar”, diz.